terça-feira, 28 de abril de 2009

"Estrada"

Por Carlinhos Veiga

A Estrada segue, seguindo vou
Sem saber por onde, mas sempre vou
Tenho destino certo, é o que importa
E o Pai me espera bem junto à porta

O caminho às vezes é calmaria
Vento refrescante na pele macia
Frutas doces do campo ao alcance da mão

O caminho às vezes é desafio
O sol causticante na pele sofrida
Dúvida, dor, cansaço, medo, aflição

Mas eu não vou sozinho
Tenho alguém comigo
Não temo o caminho
O meu Pastor me guia

sábado, 25 de abril de 2009

"A Metamorfose ou Os Insetos Interiores ou O Processo"

Por Fernando Anitelli - Teatro Mágico

Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm...
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos
Redondos e triangulares,
De qualquer forma: são todos quadrados.
Ovários oriundos de variadas raízes, radicais,
Ramificações da célula rainha!
Desprovidos de asas não voam nem nada(m)
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo.
Queimam seus filmes e suas floras
Para eles:

tudo é capaz de ser impossível.

Alimentam-se de nós...
Nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas
Avoam e bebericam sobre as fezes
Descansam sobre a carniça...
Repousam-se no lodo.
Lactobacilos vomitados sonhando
Espermatozóides que não são.
Assim são:

os insetos interiores

a futilidade encarrega-se de maestrá-los.
São inóspitos.
Nocivos.
Poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
Das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia
o veneno se refugia no espelho do armário
Antes do sono: o beijo de boa noite.
Antes da insônia: a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa: a família.

São soníferos...
Chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, infertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas.
cortam os troncos
Urinam nos rios
E na soma dos desagravos, greves e desapegos,
esquecem-se de si.
Pontuam-se.
A cria que se crie!
A dona que se dane!

Os insetos interiores proliferam-se assim...
na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago
a sensação de... ? O que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformado
parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
que romper com as correntes de preguiça e mal dizer
Silenciam-se no holocausto da subserviência,
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim...
Descompromissados com o próprio rumo,
desprovidos de caráter e coragem
desatentos ao próprio tesouro...
Caem.

Desacordam todos os dias
não mensuram suas perdas e imposturas!
Não almejam.
Não alma.

Já não mais amor.

Assim são:
Os insetos interiores.

"Pastores de Palavras"

Por Jorge Camargo

A poesia de Pessoa, a sensibilidade de Drummond,
O lirismo de Bandeira nos visitam e tocam o coração.
Eles são pastores de palavras,
Verdadeiros mestres e artesãos.
Que nos fazem ler o mundo nas asas da imaginação.

A erudição de Isaías, as colossais visões de Ezequiel,
A paixão de Jeremias, os sonhos e os dons de Daniel.
Eles são pastores de palavras,
Verdadeiros mestres e artesãos.
Que nos fazem ler o mundo nas asas da imaginação.
Que nos fazem ler o mundo nas asas da imaginação.
Que nos fazem ver o mundo nas tramas da revelação.

Vejam o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=vCw2NqKGEio

terça-feira, 21 de abril de 2009

"Paraíso das Águas"

Gota na pétala, orvalho do céu, a noite virá
Como serena no ar a fonte da vida, Água viva!
Surgira da lágrima do Criador, o renovo da vida,
Surgira pra remissão da natureza que não se dobrou,
Do fruto que não vingou...

Um olho d'água brotou na cordilheira onde a Cruz se fincou,
A esperança nasceu as barras do rio que de lá desceu!
E ao passear pelo meu sertão, florescera em forma de canção,
Poesias e versos pra te agradar...
Eu quero contigo estar, no encontro do rio com o mar!

Águas que não cerrarão...
Nuvens, coriscos: - Anunciação!
Que Jesus Cristo é a água da vida, a salvação!
E o encontro do rio com o mar:
Paraíso das Águas que teimam em molhar meus pés,
Meu chão, meu lugar, meu coração...

Saulo Calantone